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ateliê de artes
helio carlos de mello

Janaína virou aeromoça, vive nos ares. Ausente em mim ouço turbinas, areias finas e sinto o sol. É pluma, cobra de penas, veneno que voa e habita, morte que não mata. O desejo mesmo, o amor instalado, sem fim ou curva barrenta. Vira chuva, rio, lagoa.

ÓLEOS SOBRE TELA
a terceira margem do afeto

























Cuide-se
Cuide-se, dizem,
com a leveza de quem deixa o copo na pia
e esquece.
Cuide-se, lançam ao vento,
como quem joga migalhas a pombos apressados,
como quem atravessa a rua sem olhar para trás.
Cuide-se—
sem mãos, sem olhos, sem corpo.
Uma palavra órfã, sem berço,
pendurada em bocas que não sabem o peso da fome.
O que é cuidar-se,
se a cidade mastiga ossos
e os dias são pasto de relógios vorazes?
O que é cuidar-se,
se a solidão cresce nas calçadas,
se o silêncio dorme ao lado
e ninguém mais pergunta se ainda há lume na alma?
Cuide-se—
como se um verbo bastasse,
como se um eco salvasse um homem
da vertigem de existir.
-Simone Bacelar
SER DA NATUREZA

PEIXES - óleo s/ tela







cobras e bichos


















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